Arquivo para novembro \30\-03:00 2011

DEBATE NO PARANÁ E SANTA CATARINA IMPULSIONOU A ORGANIZAÇÃO DA JUVENTUDE PETROLEIRA

A juventude petroleira do Paraná e Santa Catarina esteve reunida na sede do Sindicato, em Curitiba, no último sábado (26), durante seu 1º Encontro. A atividade foi dividida em duas etapas: pela manhã, os jovens participaram de palestras e debates sobre a história do movimento sindical cutista e petroleiro, formas de organização, bem como exposição dos curtas-metragens “Ilha das Flores” e “História das Coisas”, que despertam a reflexão para as causas sociais e ambientais. No período da tarde houve confraternização entre os participantes com direito a churrascada. Um músico foi contratado para animar a atividade, mas os jovens petroleiros mostraram que também entendem de música e tocaram e cantaram até o final do dia.

Para Anacélie Azevedo, diretora sindical de base e organizadora do encontro, as expectativas foram superadas. “Quem participou veio com muita disposição e contribuiu para o debate e organização da juventude petroleira. Publicamos nossas ideias em um mural, onde externamos nossos anseios e propostas para a melhoria da relação entre a juventude e o movimento sindical. Nossa intenção é publicar uma carta da juventude petroleira a partir deste mural. Não dá para deixar de citar também que foi muito produtivo no sentido de congregar os jovens trabalhadores e confraternizar”, analisou.

O petroleiro George Santos esteve no Encontro e preparou uma poesia sobre ele. Confira abaixo:

Um encontro para jamais esquecer

Formação para juventude era para ocorrer

Naquele sábado que estiveram presentes vinte deles a ver

Algumas falações, muitas apresentações a acontecer

Num local atraente, agradável em estar seu ser

—–

A teoria aconteceu

A prática apareceu

O esperado veio a trair

Com personalidades a se descobrir

—–

O debate ficou-se a programar

O momento tinha que se aproveitar

O churrasco estava pronto

Dele o cheiro deixou-me até tonto

—–

Muitas gostosuras para o prato

Todos agiam com excelência no trato

Onde um grupo começou com letras e melodias animar

O local que personalidades estava a revelar

—-

Os cantos prazer aos ouvidos estavam a dar

O tempo a passar e muitos começaram a cantar e o microfone enfrentar

O clima animou ainda mais

E ninguém ficou ou foi deixado para trás

—–

O momento eclético e muito divertido nada estava devendo

Um prazer pessoal e coletivo todos estavam tendo

Muitos, ou melhor, todos vieram a cantar

E alegria distribuir sem pesar

—–

É pessoal, está aparecendo

A Nova Juventude Petroleira estamos vendo!

Vamos continuar a se reunir para juntos pensar, dialogar e discutir

E desse mundo, dessa posição, não mais sair

—–

Obrigado a todos, foi muito legal…

Estava precisando animar meu astral.

Façam sempre isso:

do PASSADO, lembrar somente os momentos bons…

lembrar brevemente dos ruins e APRENDER com eles…

o PRESENTE viver intensamente e responsavelmente…

e para o FUTURO programar momentos POSSÍVEIS…

em épocas não tão distantes!!!

George Santos

Sindipetro PR/SC

Conselho Deliberativo da FUP indica suspensão da greve e aceitação da nova proposta

Reunido no Rio de Janeiro nesta terça-feira (22), o Conselho Deliberativo da FUP, formado pela diretoria colegiada da Federação e um representante de cada sindicato filiado, considerou vitorioso o processo de negociação do acordo coletivo, que culminou na reunião de ontem com o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli. As conquistas em relação às reivindicações de saúde e segurança, bem como a retomada de direitos retirados nos governos neoliberais, foram ressaltados pelo Conselho Deliberativo como avanços fundamentais para garantir aos petroleiros um acordo histórico, arrancado na luta, com paralisações surpresa e “Operação Gabrielli” em diversas bases da FUP.

Após avaliar cada uma das conquistas obtidas, o Conselho Deliberativo indicou por unanimidade a suspensão da greve por tempo indeterminado e a aceitação da nova proposta, formalizada nesta terça-feira (22) pela Petrobrás, contemplando os pontos discutidos na reunião com o presidente José Sérgio Gabrielli.  A FUP orienta os sindicatos a iniciarem no sábado (26) as assembléias para submeter aos trabalhadores os indicativos do Conselho.

Conquistas históricas

A defesa da vida, principal eixo da campanha, pautou todas as mesas de negociação com a Petrobrás e subsidiárias, bem como as mobilizações da categoria, que segue na luta, denunciando os riscos e fazendo a disputa com os gestores da empresa para assegurar o direito a um ambiente de trabalho seguro para todos. Ao priorizar a vida em cada rodada com a empresa, a FUP e seus sindicatos arrancaram conquistas históricas em relação ao SMS, dando um passo fundamental para quebrar o autoritarismo dos gestores da Petrobrás, que insistem em manter a produção acima da segurança.

A proposta conquistada garante a participação das representações sindicais nas reuniões de todas as CIPAs offshore, com três embarques anuais em cada plataforma. Isso representará 150 embarques de dirigentes sindicais somente na Bacia de Campos. A ampliação da participação dos sindicatos nas comissões de apuração de acidentes e incidentes é outra conquista importante, bem como a retirada do TFCA (Taxa de Frequencia de Acidente com Afastamento) do Sistema de Gerenciamento de Desempenho (GD) dos trabalhadores. Soma-se a isso o compromisso da Petrobrás de levar à diretoria executiva a proposta de exclusão do TFCA também do planejamento estratégico da empresa.

Direitos reconquistados

O resgate da progressão salarial a cada 12, 18 e 24 meses, como era praticado pela Petrobrás até 1997, é outro ponto histórico desta campanha que consolida uma luta de mais de uma década para sepultar um dos mais intensos ataques vividos pela categoria no governo FHC.  Os petroleiros terão, no mínimo, um nível salarial integral a cada dois anos, independentemente da avaliação dos gerentes. O avanço automático de nível por antiguidade, que atualmente é de meio nível a cada 18 meses, passará a ser de um nível cheio a cada 24 meses.

A conquista de mais uma “dobradinha” é outro avanço importante no sentido de restabelecer um direito também usurpado no governo FHC. A nova proposta garante o pagamento do extra turno do feriado de sete de setembro, que, junto com as demais “dobradinhas” recuperadas na luta pela categoria, restabelecerá o pagamento de cinco feriados nacionais, além da segunda-feira de carnaval e do meio dia da quarta-feira de cinzas . A FUP e seus sindicatos continuarão na luta, buscando o pagamento de todos os feriados trabalhados no turno e nos regimes especiais.

Avanço nos benefícios e demais cláusulas sociais

Nas rodadas de negociação com a Petrobrás, a FUP e seus sindicatos garantiram avanços importantes também em relação aos benefícios e outras cláusulas sociais. A categoria garantiu avanços em relação à AMS, benefícios educacionais, Programa Jovem Universitário, benefício farmácia, Petros, direitos dos anistiados e aposentados, entre outras conquistas. Além disso, a proposta arrancada pela FUP e seus sindicatos garante um ganho real entre 2,5% e 3,25%, o maior obtido este ano, comparativamente com as demais categorias organizadas.

As conquistas desta campanha são fruto da luta, pressão e organização da categoria, que aprovou uma greve por tempo indeterminado, com controle e parada de produção; realizou paralisações surpresa, com ocupações de refinarias e terminais; cortou as emissões de PTs e cumpriu rigorosamente os procedimentos de segurança, através da “Operação Gabrielli”; enfrentou o assédio das gerências e as práticas antissindicais; resistiu aos interditos proibitórios e às ilegalidades cometidas pelos gestores na greve da Bahia.

Conselho Deliberativo da FUP indica suspensão da greve e aceitação da nova proposta

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=S4p5qN7z44s

Reunido no Rio de Janeiro nesta terça-feira (22), o Conselho Deliberativo da FUP, formado pela diretoria colegiada da Federação e um representante de cada sindicato filiado, considerou vitorioso o processo de negociação do acordo coletivo, que culminou na reunião de ontem com o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli. As conquistas em relação às reivindicações de saúde e segurança, bem como a retomada de direitos retirados nos governos neoliberais, foram ressaltados pelo Conselho Deliberativo como avanços fundamentais para garantir aos petroleiros um acordo histórico, arrancado na luta, com paralisações surpresa e “Operação Gabrielli” em diversas bases da FUP.

Após avaliar cada uma das conquistas obtidas, o Conselho Deliberativo indicou por unanimidade a suspensão da greve por tempo indeterminado e a aceitação da nova proposta, formalizada nesta terça-feira (22) pela Petrobrás, contemplando os pontos discutidos na reunião com o presidente José Sérgio Gabrielli.  A FUP orienta os sindicatos a iniciarem no sábado (26) as assembléias para submeter aos trabalhadores os indicativos do Conselho.

Conquistas históricas

A defesa da vida, principal eixo da campanha, pautou todas as mesas de negociação com a Petrobrás e subsidiárias, bem como as mobilizações da categoria, que segue na luta, denunciando os riscos e fazendo a disputa com os gestores da empresa para assegurar o direito a um ambiente de trabalho seguro para todos. Ao priorizar a vida em cada rodada com a empresa, a FUP e seus sindicatos arrancaram conquistas históricas em relação ao SMS, dando um passo fundamental para quebrar o autoritarismo dos gestores da Petrobrás, que insistem em manter a produção acima da segurança.

A proposta conquistada garante a participação das representações sindicais nas reuniões de todas as CIPAs offshore, com três embarques anuais em cada plataforma. Isso representará 150 embarques de dirigentes sindicais somente na Bacia de Campos. A ampliação da participação dos sindicatos nas comissões de apuração de acidentes e incidentes é outra conquista importante, bem como a retirada do TFCA (Taxa de Frequencia de Acidente com Afastamento) do Sistema de Gerenciamento de Desempenho (GD) dos trabalhadores. Soma-se a isso o compromisso da Petrobrás de levar à diretoria executiva a proposta de exclusão do TFCA também do planejamento estratégico da empresa.

Direitos reconquistados

O resgate da progressão salarial a cada 12, 18 e 24 meses, como era praticado pela Petrobrás até 1997, é outro ponto histórico desta campanha que consolida uma luta de mais de uma década para sepultar um dos mais intensos ataques vividos pela categoria no governo FHC.  Os petroleiros terão, no mínimo, um nível salarial integral a cada dois anos, independentemente da avaliação dos gerentes. O avanço automático de nível por antiguidade, que atualmente é de meio nível a cada 18 meses, passará a ser de um nível cheio a cada 24 meses.

A conquista de mais uma “dobradinha” é outro avanço importante no sentido de restabelecer um direito também usurpado no governo FHC. A nova proposta garante o pagamento do extra turno do feriado de sete de setembro, que, junto com as demais “dobradinhas” recuperadas na luta pela categoria, restabelecerá o pagamento de cinco feriados nacionais, além da segunda-feira de carnaval e do meio dia da quarta-feira de cinzas . A FUP e seus sindicatos continuarão na luta, buscando o pagamento de todos os feriados trabalhados no turno e nos regimes especiais.

Avanço nos benefícios e demais cláusulas sociais

Nas rodadas de negociação com a Petrobrás, a FUP e seus sindicatos garantiram avanços importantes também em relação aos benefícios e outras cláusulas sociais. A categoria garantiu avanços em relação à AMS, benefícios educacionais, Programa Jovem Universitário, benefício farmácia, Petros, direitos dos anistiados e aposentados, entre outras conquistas. Além disso, a proposta arrancada pela FUP e seus sindicatos garante um ganho real entre 2,5% e 3,25%, o maior obtido este ano, comparativamente com as demais categorias organizadas.

As conquistas desta campanha são fruto da luta, pressão e organização da categoria, que aprovou uma greve por tempo indeterminado, com controle e parada de produção; realizou paralisações surpresa, com ocupações de refinarias e terminais; cortou as emissões de PTs e cumpriu rigorosamente os procedimentos de segurança, através da “Operação Gabrielli”; enfrentou o assédio das gerências e as práticas antissindicais; resistiu aos interditos proibitórios e às ilegalidades cometidas pelos gestores na greve da Bahia.

Vazamento da Chevron reforça denúncias da FUP e sindicatos de insegurança na indústria de petróleo

Segundo a ANP, pelo menos mil barris de petróleo foram derramados no mar, no entorno do campo de produção de Frade, na Bacia de Campo, que é operado pela multinacional Chevron, com 30% de participação da Petrobrás. O vazamento foi identificado no dia 07 de novembro, sem grandes alardes, nem investigações contundentes, muito menos repercussão na mídia. Somente após a presidenta Dilma ter se pronunciado, no dia 11, cobrando “uma rigorosa apuração das causas do acidente, bem como de suas responsabilidades”, é que o caso ganhou repercussão nacional e internacional.

Os primeiros pronunciamentos da Chevron foram de que o vazamento era fruto de uma “rachadura” no leito do oceano, considerada “normal” na Bacia de Campos. A multinacional e a ANP também divulgaram informações contraditórias sobre o impacto do vazamento. A Chevron comunicou que estimava entre 400 e 650 barris o volume de óleo derramado no mar. Para a ANP, o impacto do acidente é bem maior: pelo menos mil barris de petróleo. Com base em imagens de satélite, ambientalistas consultados pelo Greenpeace estimam que o vazamento seja dez vezes maior do que foi divulgado até agora.

Após um sobrevôo no dia 15 na área do acidente, a Polícia Federal  decidiu instaurar um inquérito para apurar os fatos e responsabilizar a multinacional pelos danos causados. Segundo a PF, a Chevron estaria “omitindo informações” para tentar minimizar o impacto do acidente e também mentiu sobre o controle do vazamento. Na vistoria feita pela delegacia de Meio Ambiente da Polícia Federal, apenas uma embarcação foi localizada na contenção do vazamento e não as 18 que foram informadas pela empresa.

Insegurança e falta de fiscalização

A FUP e seus sindicatos vêm denunciando há anos a falta de segurança na indústria de petróleo no Brasil, tanto em relação às unidades do Sistema Petrobrás, quanto no que diz respeito às empresas privadas. Só este ano, foram 16 mortes por acidentes de trabalho em unidades da Petrobrás e suas subsidiárias. São pelo menos 310 petroleiros mortos desde 1995, em acidentes que poderiam ser evitados, se os gestores da Petrobrás atendessem as reivindicações da FUP e de seus sindicatos. A defesa da vida, aliás, é o principal eixo da campanha reivindicatória da categoria, que está na iminência de uma greve nacional em função da falta de disposição política da Petrobrás em avançar nas questões de saúde e segurança para não impactar a produção.

Em reuniões com o Ministério das Minas e Energia, a ANP, MPT e outros órgãos fiscalizadores, a FUP tem denunciado as condições precárias de trabalho e segurança nas atividades de  petróleo. No caso das petrolíferas privadas, a situação é ainda mais grave, pois a Shell, Chevron, BP, OGX, entre outras não aceitam a representatividade da Federação e de seus sindicatos. Além disso, terceirizam praticamente toda a operação das plataformas. Os três poços da Chevron no campo de Frade são todos perfurados pela plataforma SEDOC 706 da Transocean, a mesma empresa envolvida no maior vazamento da história da indústria de petróleo, ocorrido em abril do ano passado, no Golfo do México. Ela prestava serviços para a BP e uma de suas plataformas de perfuração explodiu, matando 11 trabalhadores e derramando cerca de 5 milhões de barris de óleo no mar. A Transocean perfura poços no Brasil também para a Petrobrás e volta e meia é denunciada pelos sindicatos por suas práticas antissindicais e riscos a que expõe os trabalhadores, muitos deles vítimas de acidentes graves.

Privatização aumenta a precarização

Com a abertura da indústria brasileira de petróleo nos anos 90, durante o governo FHC, o país passou a leiloar campos exploratórios estratégicos, muitos deles arrematados por multinacionais. A maior parte dessas áreas foram adquiridas em consórcios com a Petrobrás, partilhando com o setor privado uma riqueza que é do povo brasileiro. O campo de Frade, onde ocorreu o vazamento da Chevron,  é o oitavo maior produtor do país individualmente. Em setembro ele produziu 74,768 mil barris de óleo e 899,35 mil metros cúbicos de gás.

Outros campos estratégicos, como Ostra e Peregrino, também são operados por multinacionais: Shell e Statoil, respectivamente. A OGX, do empresário brasileiro Eike Batista, é mais uma petrolífera que arrematou áreas estratégicas de exploração, que estão ainda em fase de perfuração. São empresas que só visam o lucro e a produção, sem compromissos com a soberania nacional e muito menos com os direitos dos trabalhadores, vide o alto grau de terceirização e as práticas antissindicais.

A FUP e seus sindicatos são contra os leilões de concessão e defendem a retomada do monopólio estatal, através da Petrobrás 100% pública, além da destinação social dos recursos gerados pelo petróleo e gás natural. Essas e outras propostas integram o Projeto de Lei 531/2009, construído coletivamente com os movimentos sociais, que está em tramitação no Senado.

Prêmio CUT vai homenagear blogueiros progressistas

“A tarefa do Prêmio CUT é fazer um resgate histórico, contribuir para a sociedade fazer uma reflexão sobre o presente, olhando para o futuro”.

Com esta frase, Artur Henrique, presidente da CUT, resumiu, nesta sexta-feira (18),  para jornalistas da imprensa sindical, bloqueiros e veículos parceiros, que foram cobrir o 5º Cartas da Mesa – encontro de conteúdo da Rede Brasil Atual – quais são os objetivos do Prêmio CUT Democracia e Liberdade Sempre!

Segundo ele, o “sempre” não está no nome do Prêmio CUT por acaso. A luta por democracia e liberdade é permanente, tem de ser feita sempre, disse Artur, complementando: “é preciso manter acesa a chama. É preciso ser militante sempre”.

Militantes como os blogueiros progressistas que veem contribuindo fortemente para manter acesa esta chama, disputando com os grandes grupos de comunicação espaços importantes para subsidiar a população com informações claras que mostram os dois lados das notícias. E a Blogosfera, o primeiro meio de comunicação de massas autônomo do país, será homenageada pelo Prêmio CUT, durante a cerimônia que será realizada no dia 13 de dezembro, no TUCA, em São Paulo.

Com relação ao resgate da história, o presidente da CUT explicou que é fundamental, especialmente para que a juventude saiba como foi difícil e doloroso conquistar direitos tão caros para todos como democracia e liberdade. Para Artur, este resgate ajuda os jovens a compreender que é preciso lutar para que não haja retrocesso como o que está ocorrendo em alguns países da Europa, onde, por conta da crise econômica, governos mais alinhados com as práticas de esquerda e compromissos com o social veem perdendo espaços para candidatos de direita.

Na opinião de Artur, um fato central, pilar da crise, foi a queda do primeiro-ministro grego, George Papandreou, obrigado a renunciar ao cargo porque queria ouvir a população sobre as medidas de ajuste fiscal que o FMI impôs ao país para emprestar recursos. “Ele foi pressionado porque queria ouvir o povo – como não ouvir o povo que vai ser mais prejudicado pelo arrocho? – a liberdade de ouvir o povo é fundamental para o futuro da democracia”.

Outro fato grave, citado pelo dirigente, é que, também por conta da crise econômica, o direito de ir e vir das pessoas está sendo cada vez mais atacado, em países da Europa e nos Estados Unidos. E, disse ele, aqui no Brasil iremos pelo mesmo caminho se não tomarmos cuidados.

 “No México, estão pensando em colocar cercas elétricas na fronteira. Nos Estados Unidos, a polícia retirou na marra os ativistas do movimento Ocupe Wall Street. Eles foram impedidos de acampar em uma praça. Aqui no Brasil, ou fazemos uma reforma política, com votos em lista, ou só vai se eleger quem tiver muito dinheiro, os grandes proprietários de terra, empresários e banqueiros. Ficaremos sem representação (no poder legislativo)”.

O fato é que, independentemente do governo ser conservador ou progressista, a luta pela ampliação dos direitos tem de ser feita sempre. E, para isso, argumentou Artur, o movimento social e sindical tem de se unir e traçar estratégias unificadas, caso contrário, fica cada um com sua pauta de mais de 100 itens sem nada conseguir.

A presidente da Associação dos BancáriosAposentados do Estado de São Paulo, Maria da Glória Abdo, que cedeu o espaço para a realização do “Cartas na Mesa”, referendou as palavras de Artur. Segundo ela, só a luta permanente garante os direitos. “A falta de mobilização fez com que a gente perdesse direitos”.

Juvândia Moreira Leite, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, ressaltou a importância das pessoas se indignarem, se mobilizarem para contribuir para que as mudanças sejam feitas. Isso foi tão importante em sua vida que ela desistiu de ser juíza, sonho de uma jovem que ansiava por fazer justiça – ela fez direito mas optou pela trabalho sindical – e virou dirigente sindical.

“Quando descobri os interesses que tinham por trás da aprovação das leis, dois anos antes de terminar a faculdade, percebi que era tudo ao contrário, tinha de suberveter a ordem, mudar a legislação, inverter as coisas. Minha escola passou a ser o movimento sindical”.

Tanto Artur quanto Juvândia ressaltaram que para fazer justiça social, lutar por democracia e liberdade é preciso fazer muita mobilização e pressão. Para eles, essa é a única maneira de se conquistar transformações absolutamente importantes para os brasileiros. Caso contrário, disse Artur, “chegaremos a 2014 muito bem, com ótimos números de redução da miséria, sem aprovar a PEC do Trabalho escravo, reforma política e reforma tributária”.

Artur finalizou dizendo que um dos papéis do Prêmio CUT é justamente contribuir para que as pessoas sejam informadas sobre o passado, reflitam sobre o presente e construam ações para transformar o futuro.

Sobre o prêmio

Começou no dia 1º e termina no dia 30, as votações para o 1º Prêmio CUT Democracia e Liberdade Sempre 2011. No dia 1º de dezembro, a CUT anuncia os nomes dos vencedores. Não serão divulgadas votações parciais.

A cerimônia de entrega será no dia 13 de dezembro, no TUCA (Teatro da Universidade Católica), em São Paulo. Os premiados receberão um troféu criado pelo artista plástico Elifas Andreato.

O objetivo do prêmio é homenagear personalidades e entidades que lutaram pela redemocratização do Brasil durante a ditadura militar de 64-85 – a mais longa fase de privação das liberdades e dos direitos no país -, e também as que lutam para aperfeiçoar o regime democrático brasileiro, defendendo o exercício da liberdade.

Escolha seus candidatos

O público pode votar em cinco das seis categorias do prêmio CUT. A escolha da (o) homenageada (o) para receber o prêmio da 6ª categoria, destinado a Personalidade ou Instituição de Destaque na luta pela democracia e liberdade, será feita pela Executiva da CUT com a colaboração de pessoas comprometidas com os valores que norteiam a premiação. Esse grupo também indicou nomes que vão concorrer nas demais categorias.

Conheça os indicados para cada uma das categorias nas quais você poderá votar e ajude a CUT a escolher o vencedor:

Categoria 1: Personalidade de destaque na luta pela Redemocratização do Brasil

                       Indicados: Idibal Pivetta; Maria Augusta Capistrano; e Rosalina de Santa Cruz.

Categoria 2: Personalidade de destaque na luta por Democracia, Cidadania e Direitos Humanos

                       Indicados: Frei Beto; Clara Charf; e Gegê.

Categoria 3: Personalidade de destaque na luta por Democracia e Direitos dos Trabalhadores

                       Indicados: Maria da Penha; Abdias Nascimento; e Virgílio Gomes da Silva.

Categoria 4: Personalidade de destaque na luta por Democracia e Justiça no Campo

                      Indicados: Dom Pedro Casaldáliga; Valdir Ganzer; e Manoel da Conceição.

Categoria 5: Instituição de destaque na luta por Democracia e Liberdade

                       Indicados: Movimento dos trabalhadores sem Terra (MST); Central Única das Favelas (CUFA); e         Central dos Movimentos Populares (CMP).

Como votar

Para votar, basta acessar o site da CUT (www.cut.org.br) e clicar no banner do 1º Prêmio CUT Democracia e Liberdade Sempre, onde está escrito “Clique aqui e vote nos seus candidatos”; depois, clique onde está escrito “escolha seus candidatos”. Você pode também acessar diretamente o endereço do prêmio  (http://premio.cut.org.br) e clicar direto onde está escrito “escolha seus candidatos” – no alto da página.

Escolha seu candidato na categoria um, clique em cima do nome para confirmar seu voto; automaticamente, a página seguinte se abrirá na tela do seu computador mostrando os indicados da segunda categoria, escolha seu preferido, clique em cima do nome para confirmar seu voto; repita o processo até votar nas cinco categorias.

Atenção

Para concluir o voto, é preciso votar nas cinco categorias. Ao terminar, basta inserir seu e-mail e confirmar. Automaticamente, surgirá na tela do seu computador a efetivação do seu voto. Não aparecerão parciais dos resultados. Você receberá em seu e-mail uma mensagem de confirmação do seu voto.

É importante lembrar que, por motivos de segurança, haverá restrição de votação, ou seja, cada pessoa poderá votar apenas uma vez.

A história do Prêmio

No dia 13 de dezembro do ano passado, após o retrocesso nos debates políticos da última campanha eleitoral, com ataques aos direitos individuais dos brasileiros: discriminação contra união de pessoas do mesmo sexo e aborto, só para ficar em dois temas polêmicos -, a CUT realizou o ato Democracia e Liberdade Sempre, no Rio de Janeiro.

A data é simbólica. No dia 13 de dezembro de 1968 os brasileiros foram surpreendidos com um dos maiores atentos à liberdade individual e coletiva de toda a história do País.

A junta militar que governava o país com mãos de ferro desde o golpe de 1964, suspendendo as eleições direitas para o cargo máximo da nação – a presidência da república – instituiu neste dia o Ato Institucional 5. O AI-5 deu ao general presidente da República  poderes para cassar mandatos eletivos, suspender direitos políticos, demitir ou aposentar juízes e outros funcionários públicos, suspender os habeas corpus em crimes contra a segurança nacional e legislar por decreto, ampliando os instrumentos de repressão da ditadura militar.

A mobilização popular trouxe de volta ao Brasil o espírito da liberdade, contribuindo decisivamente para a redemocratização do País. A democracia é uma ferramenta que facilita a preservação do estado de liberdade, mas a sociedade civil organizada precisa se manter alerta na defesa permanente desse direito.

Foi com esse espírito que a CUT realizou, no ano passado, o Ato Democracia e Liberdade Sempre, e é com este espírito que a CUT decidiu realizar a cada dois anos um evento de premiação em homenagem aos brasileiros e às brasileiras que lutaram e continuam lutando em defesa da democracia.

Com este prêmio, a CUT reafirma o princípio que rege a central desde a sua criação: a luta pela democracia e liberdade sempre.

Fonte: CUT Nacional



 

Este é um espaço reservado para denúncias de práticas antissindicais, assédios e ataques a direitos.

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